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Foto do escritorCarla Gullo

A experiência de aluna iniciante de um instrumento musical

Atualizado: 13 de ago. de 2020

É muito interessante quando realmente entendemos o que acontece quando somos iniciantes ao aprender um instrumento musical. Comecei a aprender violão há dois meses e meio e, apesar de tocar ao piano há bastante tempo e ser professora de música, o violão sempre foi um instrumento que gostei de ouvir, mas nunca tinha tido a experiência de aprender.



É um engano e uma percepção equivocada a noção de que quem aprende um instrumento aprende qualquer um. Ou ainda: se você é professor de piano, você toca qualquer outra coisa. Este pensamento faz parte de uma desvalorização crônica da educação musical na sociedade. Aprender um instrumento musical é tão específico quanto aprender idiomas diferentes, como inglês e francês. Da postura (o violão possui uma postura diferente de tocar ao piano), à técnica, é como se voltássemos do início do início do aprendizado. A diferença dos idiomas para a música é que os instrumentos são canais de expressão diferentes que podem falar o mesmo idioma. O que aproxima um instrumento do outro é a busca em desenvolver a mesma linguagem musical para nos comunicarmos através da música!


Pois é, e aí comecei a aprender violão! Desde sempre houve violão na minha casa, mas resolvi aprender teclado e depois piano. Incomodava-me a pressão das cordas nos dedos. Pensei que teria alguma vantagem por já tocar um instrumento, mas surgiram vários sentimentos que, provavelmente, meus alunos e minhas alunas sentem toda a semana ou sentiram quando começaram!


  1. A ansiedade de tocar não nos dá paz para nos preocuparmos com a postura! O posicionamento do corpo é muito importante, como queremos tocar de uma vez, a ansiedade é muito grande e nos preocupamos pouco com o corpo. Aí o dedilhado sai errado, o posicionamento da mão muda e fica mais difícil do que parece.

  2. Temos pressa para aprender, mas todo aprendizado envolve um processo e uma assimilação que envolve tempo e prática. Isso nos deixa frustrados, afinal, a vontade de poder tocar belas músicas é grande e não percebemos o mesmo resultado sonoro das músicas que ouvimos!

  3. Estudar todo dia 15 minutos realmente faz bem para o estudante iniciante de instrumento! Por mais que seja pouco e não pareça grande coisa no início, é eficiente, revisamos a aula e aprendemos a estudar sozinhos aos poucos. Quando estudei uma hora antes da aula também foi eficiente, porque ainda não havia tanta informação e complexidade nas atividades, mas não foi tão gratificante quanto estudar um pouquinho todo dia!

Como você se sente ao estudar/praticar seu instrumento?! A lição mais importante que aprendi foi que a expectativa de sair tocando é inevitável, no entanto, é um investimento a longo prazo, por mais facilidade que você tenha. Envolve o corpo, a postura, o aprendizado da técnica, o fortalecimento muscular e a percepção auditiva, que só funcionam juntos quando praticamos. Mesmo quando estudamos com uma professora ou um professor, estabelecemos um hábito de tocar pelo menos uma vez por semana, que já é uma conquista.


O melhor de tudo, é que aprendi que pequenas conquistas são muito mais importantes do que aprender, de uma vez, uma obra clássica, super complexa. É um passo de cada vez, que se transforma numa caminhada bem interessante. Por isso, por mais complexo e difícil que pareça tocar ao piano ou ao violão, não desista! Persista e todo aquele tempo valerá a pena. A cada prática mais descobertas são feitas e a cada acréscimo ao que parece uma repetição, gera uma nova forma de compreender a música e tocamos cada vez melhor. Conte pra mim como você se sente ao estudar seu instrumento!

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