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Ep. 2 - Baixo ostinato - Formas Musicais

Ep. 2 - Baixo ostinato


Neste episódio, antes mesmo de conhecermos as formas, vamos descobrir o baixo ostinato. Vou começar com a música de Arnaldo Antunes e do Vitor Araújo cujo título é A não ser.

Por baixo, me refiro a uma melodia feita com notas mais graves, as quais nos dá uma sensação de serem notas ‘pesadas’. Geralmente falamos um som grosso, mas agora que você já sabe, pode trocar pelas palavras grave ou baixo.


Temos duas formas de bolo, aquela com furinho e outra retangular, né?! Podemos pensar a forma musical também como as fôrmas de bolo só que sonoras: Forma por repetição ou forma livre! Músicas podem ser feitas de variações ou não. Podemos insistir em uma ideia musical por muitas repetições e mesmo assim ser considerada uma música com começo, meio e fim. Do mesmo jeito, podemos fazer uma música que não se repete nunca, chegando numa forma livre.


Voltando à música ‘…A não ser’, descartamos logo que ouvimos a forma livre. Vocês podem ouvir um baixo que se repete a música inteira e que dá uma angústia bem grande e proposital. Como esta música tem letra, vale a pena parar um pouco para analisar o sentido deste baixo com o das palavras, mas por enquanto só queria dizer que este baixo que se repete tem nome e se chama baixo ostinato. A tradução seria um baixo obstinado, eu gosto de dizer que é teimoso e insistente. Ele permanece o mesmo enquanto a melodia ou as notas mais agudas se movimentam de forma livre, normalmente.


Esta música nos provoca uma sensação, principalmente de peso e angústia, o baixo ostinato provoca uma sensação de estagnação e tentativa de um movimento que parece que vai reagir mas não sabemos. A letra é feita em contrastes, a não ser pelo mundo externo que se confunde com uma pessoa, o ‘você’, a luz apagou. Há um vazio interno que precisa do que está fora para ganhar luz, sentido. Eu acho interessante pensar que a música provoca uma sensação, mas não necessariamente esta interpretação é a mais correta ou coerente. Poderia ser irônica, e aí esta sensação é denta relação que parece ser iluminada. Tal como o conceito de obra aberta de Umberto Eco. Eu, pessoalmente, prefiro a interpretação mais concerta, porque seria como estivéssemos entrando na consciência da pessoa que se descobriu daquela forma e continuaria assim a não ser que houvesse outra.


Então, qual é sua interpretação sobre esta musica? A forma dá base para navegarmos pelas palavras e sons dos compositores.


Para contrastar: a Pastorale de Sibelius, que também é feita com um baixo ostinato. Ela tem um ar bucólico, pastoral, quase ingênuo e o baixo faz função de acompanhamento, confere ‘impulso’ para a melodia dançar, nos dando sensação de muito movimento e leveza.

Perceba que o baixo não tem tanto protagonismo como na música anterior, ele leva e acompanha a melodia e inclusive dá destaque pela discrição.


Assim terminamos mais um episódio do podcast PianoBlog!


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